26 e 27 - BATISTAS NO BRASIL

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As duas vias

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

50 - OS BATISTAS, APÓS 400 ANOS

          “Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio; para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.” (Lucas 1 1-4) 

Por ocasião das comemorações, foi lembrado, o nome de Johann Gerhard Oncken, um alemão que foi batizado em 1834 e ajudou a formar uma igreja batista em Hamburgo, tendo sido a Alemanha um dos últimos países europeus a organizar o trabalho batista, fato que somente aconteceu no século XIX. Foi ele o autor de “Jeder Baptist ein Missionar” (“Cada batista um missionário”), fase que se tornou uma marca dentro da denominação.
Ameaças Modernas à Liberdade Religiosa foi o título da mensagem proferida pelo pastor Denton Lotz, no dia 30 de julho de 200 9, ainda dentro das comemorações dos 400 anos batistas em Amsterdam, na Holanda.  Iniciando com as referências históricas a John Smith, na Inglaterra, e a Roger Williams, nos Estados Unidos, o ex-secretário da Aliança Batista Mundial fez uma comparação entre as ameaças à liberdade religiosa que existiram no início batista com as que temos que confrontar hoje, como batistas no século XXI, quando “muitos governos civilizados e democráticos reconhecem a liberdade religiosa como um direito inerente”, e a“Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas de 1948 afirma a liberdade religiosa e o direito à conversão”.  Segundo o pregador, “o verdadeiro inimigo da liberdade religiosa é a religião do secularismo, que deseja (...) confinar a religião aos seus edifícios e proibir uma pública expressão de fé.” As várias centenas de batistas reunidos na Igreja Menonita Unida em Amesterdam ouviram que “o conflito hoje não é sobre prática religiosa (...) mas se a religião terá ou não uma audiência adequada. Nossa educação pública e estatal tem promovido o secularismo como sua própria religião e tem doutrinado a geração mais jovem a crer que o homem pode viver sem Deus e pode explicar o universo e a história e a comunidade sem fé.” Desse modo, a mídia frequentemente proíbe expressão religiosa, notando-se que, embora a religião seja tão proeminente no mundo, ela está ausente no noticiário. Como resultado do crescente secularismo, o mundo ocidental está “entrando em uma nova idade das trevas, quando a ignorância com relação a Deus, criação e moralidade está presente e a humanidade desce novamente a uma anarquia, decadência e violência animalescas.” Cristãos batistas não podem, portanto, descansar em seus lauréis, dependendo das glórias do passado quando os batistas foram campeões na causa da liberdade religiosa e de outras formas. Como batistas, devemos continuar a defender a liberdade religiosa para todos os povos e religiões. “Se falharmos em levarmos a sério o século XXI e meramente continuarmos a defender a liberdade religiosa como se estivéssemos vivendo sob o rei James I, teremos nos tornado irrelevantes, bem como a nossa defesa da liberdade.”
O sermão foi proferido durante um culto, no qual foram lembrados episódios e personagens históricos que atuaram em diferentes partes do mundo, tendo sido mencionados os nomes de Antonio Teixeira de Albuquerque e William Bagby como pessoas que proclamaram o Evangelho na América Latina e ajudaram a estabelecer o testemunho Batista naquela região, bem como de Eurico Nelson como uma das pessoas que nunca cessaram de defender os oprimidos, marcando a presença batista brasileira na solenidade. Durante o culto, a ordem incluiu também um solo,Precisamos de Deus, feito por Marly Caruso, representando a Convenção Batista Brasileira.
Neste mundo de constantes desafios e mudanças, que Deus nos ajude a sermos relevantes como batistas, na defesa de nossa fé e de nossas doutrinas, buscando atingir o ideal de Oncken: que cada batista seja realmente um missionário no seu local de residência, de trabalho, de influência, e que cada vida batista exerça um testemunho verdadeiro de que vale a pena seguir a Cristo neste mundo, enquanto aguardamos por uma eternidade toda em louvor a Deus.

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ÍNDICE DOS FASCÍCULOS

Introdução 1)    16 séculos de Igreja Cristã 2)    Anglicanismo: a Igreja do Rei 3)    Puritanos, Separatistas, Batistas 4)    A “C...