26 e 27 - BATISTAS NO BRASIL

26 e 27 - BATISTAS NO BRASIL
As duas vias

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

36 - OUTRAS CONVENÇÕES BATISTAS NO BRASIL

“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2:9)

Tendo o evangelho segundo vivido pelos batistas chegado ao Brasil por intermédio da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, no início somente a Junta de Richmond daquela convenção enviou missionários ao nosso país. Com a criação de muitas igrejas, foi aqui organizada a Convenção Batista Brasileira, conforme já abordado.
 Cerca de meio século após o início dos trabalhos, outras convenções, associações e grupos batistas também começaram a investir no trabalho missionário no Brasil. Em seu livro “História dos Batistas no Brasil”, o pastor José dos Reis Pereira menciona inicialmente os seguintes grupos:

ü  Missão Batista Conservadora
ü  Sociedade Missionária Batista de Londres        
ü  Conferência Batista Geral Americana    
ü  Conferência Batista Geral Norte-americana      
ü  Convenção Batista de Ontário e Quebec, Canadá        
ü  Convenção Batista Japonesa

  Além dos já mencionados, outros grupos batistas atuam no Brasil e, conforme diz o historiador já citado, “muitas dessas organizações, em aqui chegando, estabeleceram relações de coope­ração com a Convenção Batista Brasileira; outras, entretanto, preferiram conservar-se à parte, realizando isoladamente seu tra­balho, o que torna difícil informar, com precisão, que é que estão fazendo”. Menciona o seu livro os seguintes grupos:

ü  Missão Batista Independente     
ü  Convenção Batista Nacional
ü  Convenção das Igrejas Batistas Independentes
ü  Comunhão Reformada Batista no Brasil
ü  Comunhão Batista Bíblica Nacional      
ü  Northern American Baptist Association (NABA)         
ü  Batistas Bíblicos  
ü  Batistas Regulares           
ü  Organização Brasileira das Igrejas Batistas da Fé

Não existe espaço para historiarmos cada convenção e grupo separadamente, mas pesquisamos um deles. O pastor Enéas Tognini e Silas Leite de Almeida assinam conjuntamente um texto chamado de “Breve histórico”, onde afirmam o seguinte:
A Convenção Batista Nacional foi organizada com poucas igrejas. Decorridos vinte e cinco anos, temos hoje cerca de 900 igrejas, mais de 2.000 congregações (missões), 22 seminários, literatura própria, e estamos arranhando à casa dos 200.000 membros, sem contarmos nossas crianças. Acabamos (1991) de ser recebidos pela Aliança Batista Mundial. 
A Convenção Batista Nacional reúne as igrejas batistas renovadas, avivadas e carismáticas da linha pentecostal.
Existem também muitas Igrejas Batistas sem filiação, tais como a Igreja Batista da Floresta (MG), Filadélfia (RJ) Calvário em Niterói (RJ), todas de orientação pentecostal. Outros grupos que não constituíram convenção nacional também aqui atuam, como a Igreja Batista Conservadora, fundada em Bagé (RS) e a Igreja Batista FundamentalistaExiste ainda a Igreja Batista do Sétimo Dia, cuja diferença em relação aos outros batistas está na guarda do sábado.
Como tem sido resolvida a questão da cooperação mútua de grupos que, embora batistas, provêm de origens tão diversas? Há aqueles que se juntam à CBB em colaboração, há os que prefiram trabalhar separadamente. Resume o assunto da seguinte forma o nosso historiador do centenário: 

Não são adversários: apenas trabalham em linhas paralelas, ou melhor, quase paralelas. Poderiam juntar forças. Não acham conve­niente. Não temos nada a dizer: os batistas sempre se caracteriza­ram pelo respeito às opiniões divergentes. Se não caminhamos juntos, caminhamos com vistas ao mesmo fim: a conversão dos pecadores, sua profissão de fé voluntária, seu batismo bíblico, biblicamente ministrado, e a entrada para uma igreja local autô­noma, formada de regenerados e dedicada à evangelização e às Missões”.

No entanto, conforme ensina a história do cristianismo, com o passar do tempo, os trabalhos eclesiásticos começam a desenvolver a síndrome da segunda geração, como hoje é caracterizada. Seus sintomas são variados, passando por acomodação, permissividade, diminuição do zelo pela causa do evangelho, mundanismo, tudo levando à tolerância e conivência. Falando sobre o tema, diz Reis Pereira:

“Dir-se-ia (...) que os batistas brasileiros cresceram, prosperaram, quer como Denominação quer como indivíduos, mas os rudes e calejados operários se aburguesaram e se refinaram demais. Passaram a gostar da vida fácil. Gozando as bênçãos concedidas pelo Senhor, esqueceram-se dos que nem sabem que elas existem. Construíram belos e ricos templos e passam longe dos feios e pobres barracos. Em lugar de buscarem os perdidos nas ruas, esperam que estes encontrem sozinhos o caminho das igrejas”.

Essa “perda do primeiro amor”, embora tão antiga quanto o próprio cristianismo, precisa provocar em nós um anseio por um despertamento, por um avivamento que traga de volta o domínio completo do Espírito na vida dos crentes, resumindo-se a uma “humilde e completa entrega à ação poderosa e purificadora do Santo Espírito, enchendo as vidas e fazendo-as transbordar de insopitável alegria e irresistível amor”. Seria bom que nós, batistas brasileiros, tendo já iniciado o caminho rumo ao segundo centenário, percebêssemos que, se historicamente já progredimos muito, partindo de uma única igreja de puritanos separatistas na Holanda em 1609, se em termos nacionais já crescemos, tendo iniciado os trabalhos com uma igreja de cinco pessoas em Salvador, na Bahia, em termos espirituais muito temos ainda a crescer, internamente no conhecimento do Deus a quem servimos, e externamente no compartilhamento desse conhecimento com os outros que nos cercam. O mundo exterior mudou, o mundo cristão tem mudado, o mundo batista é outro hoje, mas as verdades fundamentais do evangelho permanecem as mesmas, embora a forma de compartilhamento deva ser adequada à realidade que nos cerca. Que nós, batistas brasileiros, consigamos isto, “prosseguindo para o alvo pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor”. A ele, pois, toda a honra e toda a glória.

As crianças sempre foram vistas como uma faixa etária importante na  vida de uma igreja batista. Como tem a denominação lidado com elas? É o que veremos no próximo segmento.

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ÍNDICE DOS FASCÍCULOS

Introdução 1)    16 séculos de Igreja Cristã 2)    Anglicanismo: a Igreja do Rei 3)    Puritanos, Separatistas, Batistas 4)    A “C...