“Vocês, porém, são
geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para
anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz.” (1 Pedro 2:9)
Tendo o evangelho
segundo vivido pelos batistas chegado ao Brasil por intermédio da Convenção Batista
do Sul dos Estados Unidos, no início somente a Junta de Richmond daquela
convenção enviou missionários ao nosso país. Com a criação de muitas igrejas,
foi aqui organizada a Convenção Batista Brasileira, conforme já abordado.
Cerca de meio século após o início dos trabalhos, outras convenções,
associações e grupos batistas também começaram a investir no trabalho
missionário no Brasil. Em seu livro “História dos Batistas no Brasil”, o
pastor José dos Reis Pereira menciona inicialmente os seguintes grupos:
ü Missão Batista Conservadora
ü Sociedade Missionária Batista de Londres
ü Conferência Batista Geral Americana
ü Conferência Batista Geral Norte-americana
ü Convenção Batista de Ontário e Quebec, Canadá
ü Convenção Batista Japonesa
Além dos já mencionados, outros grupos batistas atuam no Brasil e, conforme diz
o historiador já citado, “muitas dessas organizações, em aqui chegando,
estabeleceram relações de cooperação com a Convenção Batista Brasileira;
outras, entretanto, preferiram conservar-se à parte, realizando isoladamente
seu trabalho, o que torna difícil informar, com precisão, que é que estão
fazendo”. Menciona o seu livro os seguintes grupos:
ü Missão Batista Independente
ü Convenção Batista Nacional
ü Convenção das Igrejas Batistas Independentes
ü Comunhão Reformada Batista no Brasil
ü Comunhão Batista Bíblica Nacional
ü Northern American Baptist Association (NABA)
ü Batistas Bíblicos
ü Batistas Regulares
ü Organização Brasileira das Igrejas Batistas da Fé
Não existe espaço
para historiarmos cada convenção e grupo separadamente, mas pesquisamos um
deles. O pastor Enéas Tognini e Silas Leite de Almeida assinam conjuntamente um
texto chamado de “Breve histórico”, onde afirmam o seguinte:
A Convenção Batista
Nacional foi organizada com poucas igrejas. Decorridos vinte e cinco anos,
temos hoje cerca de 900 igrejas, mais de 2.000 congregações (missões), 22
seminários, literatura própria, e estamos arranhando à casa dos 200.000
membros, sem contarmos nossas crianças. Acabamos (1991) de ser recebidos pela
Aliança Batista Mundial.
A Convenção Batista
Nacional reúne as igrejas batistas
renovadas, avivadas e carismáticas da linha pentecostal.
Existem
também muitas Igrejas Batistas sem filiação, tais como a Igreja Batista da
Floresta (MG), Filadélfia (RJ) Calvário em Niterói (RJ), todas de orientação
pentecostal. Outros grupos que não constituíram convenção nacional também
aqui atuam, como a Igreja Batista Conservadora, fundada
em Bagé (RS) e a Igreja Batista Fundamentalista. Existe
ainda a Igreja Batista do Sétimo Dia, cuja diferença em relação aos outros
batistas está na guarda do sábado.
Como tem sido
resolvida a questão da cooperação mútua de grupos que, embora batistas, provêm
de origens tão diversas? Há aqueles que se juntam à CBB em colaboração, há os
que prefiram trabalhar separadamente. Resume o assunto da seguinte forma o
nosso historiador do centenário:
“Não são adversários: apenas trabalham em linhas paralelas, ou melhor, quase
paralelas. Poderiam juntar forças. Não acham conveniente. Não temos nada a
dizer: os batistas sempre se caracterizaram pelo respeito às opiniões
divergentes. Se não caminhamos juntos, caminhamos com vistas ao mesmo fim: a
conversão dos pecadores, sua profissão de fé voluntária, seu batismo bíblico,
biblicamente ministrado, e a entrada para uma igreja local autônoma, formada
de regenerados e dedicada à evangelização e às Missões”.
No entanto, conforme
ensina a história do cristianismo, com o passar do tempo, os trabalhos
eclesiásticos começam a desenvolver a síndrome da segunda
geração, como hoje é caracterizada. Seus sintomas são variados,
passando por acomodação, permissividade, diminuição do zelo pela causa do
evangelho, mundanismo, tudo levando à tolerância e conivência. Falando sobre o
tema, diz Reis Pereira:
“Dir-se-ia (...) que os batistas
brasileiros cresceram, prosperaram, quer como Denominação quer como indivíduos,
mas os rudes e calejados operários se aburguesaram e se refinaram demais. Passaram
a gostar da vida fácil. Gozando as bênçãos concedidas pelo Senhor,
esqueceram-se dos que nem sabem que elas existem. Construíram belos e ricos
templos e passam longe dos feios e pobres barracos. Em lugar de buscarem os
perdidos nas ruas, esperam que estes encontrem sozinhos o caminho das igrejas”.
Essa “perda do
primeiro amor”, embora tão antiga quanto o próprio cristianismo, precisa
provocar em nós um anseio por um despertamento, por um avivamento que traga de
volta o domínio completo do Espírito na vida dos crentes, resumindo-se a uma “humilde
e completa entrega à ação poderosa e purificadora do Santo Espírito, enchendo
as vidas e fazendo-as transbordar de insopitável alegria e irresistível amor”.
Seria bom que nós, batistas brasileiros, tendo já iniciado o caminho rumo ao
segundo centenário, percebêssemos que, se historicamente já progredimos muito,
partindo de uma única igreja de puritanos separatistas na Holanda em 1609, se
em termos nacionais já crescemos, tendo iniciado os trabalhos com uma igreja de
cinco pessoas em Salvador, na Bahia, em termos espirituais muito temos ainda a
crescer, internamente no conhecimento do Deus a quem servimos, e externamente
no compartilhamento desse conhecimento com os outros que nos cercam. O mundo
exterior mudou, o mundo cristão tem mudado, o mundo batista é outro hoje, mas
as verdades fundamentais do evangelho permanecem as mesmas, embora a forma de
compartilhamento deva ser adequada à realidade que nos cerca. Que nós, batistas
brasileiros, consigamos isto, “prosseguindo para o alvo pelo prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor”. A ele, pois, toda
a honra e toda a glória.
As crianças sempre foram vistas como uma faixa etária importante na vida
de uma igreja batista. Como tem a denominação lidado com elas? É o que veremos
no próximo segmento.
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