26 e 27 - BATISTAS NO BRASIL

26 e 27 - BATISTAS NO BRASIL
As duas vias

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

35 - OUTROS BATISTAS ESTRANGEIROS NO BRASIL

“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.” João 1:11-12

Tendo o trabalho batista sido iniciado por missões norte-americanas, aos poucos, principalmente com o final da escravidão, o Brasil começou a abrir suas portas para diversas correntes imigratórias, fato que teve influência no desenvolvimento da história batista entre nós. Seria muito difícil abordar neste espaço as diferentes nacionalidades que para cá vieram, mas vamos mencionar as mais importantes.
Os batistas alemães, de formação "onckeniana", chegaram e se dirigiram para o Rio Grande do Sul. Vítimas de perseguições, houve conversões, batismos e, em 1893, organizaram a primeira igreja de língua alemã no Brasil, com 45 membros, na cidade de Santa Cruz, no interior do estado. Em 1898, fundaram a Igreja Alemã de Porto Alegre. Com a organização de outras igrejas, em 15 de maio de 1910, foi organizada uma Associação para união das igrejas, hoje chamada Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil, com igrejas do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo. Inicialmente, as igrejas mantinham seus cultos em língua alemã, mas atualmente têm-se dedicado à obra da evangelização em geral. Vários nomes de obreiros poderiam ser aqui citados como resultado da obra dos alemães, mas vamos representá-los todos na atuação de Ricardo Pitrowsky
            Mais de 100.000 húngaros emigraram para o Brasil entre 1924 e 1926, com a presença de várias famílias batistas entre eles. Inicialmente no interior de São Paulo, organizaram uma igreja batista húngara em Caiuá, na Alta Sorocabana. Outros grupos foram para Ribeirão Preto (SP) e Ribeirão Claro, no Paraná. Em 2 de agosto de 1931, sob a liderança do Pastor João Klawa, da Igreja da Lapa, foi organizada a Primeira Igreja Batista Húngara na capital de São Paulo, com trinta membros fundadores.
Yan Kee Wing, professor da Universidade de São Paulo, um chinês naturalizado brasileiro, iniciou, em 1958, usando sua própria casa, um trabalho de evangelização de seus patrícios, resultando desse trabalho a Primeira Igreja Batista Chinesa de São Paulo, que contava com 160 membros em 1961. Em 1964, uma segunda igreja foi organizada, bem como uma congregação em Belo Horizonte mais tarde.
Além da imigração norte-americana recebida por nosso país na região de Santa Bárbara, em São Paulo, que resultou, entre outras coisas, na existência da cidade de Americana nos dias de hoje, posteriormente, a vinda de muitos batistas norte-americanos para o Brasil, por várias razões, muitas delas de trabalho, levou a denominação à organização de igrejas na língua inglesa em São Paulo e no Rio de Janeiro. A Junta de Richmond chegou a enviar missionários para liderarem o trabalho. A Copacabana Baptist Church foi uma delas, depois nomeada Igreja Batista Internacional. A membresia dessas igrejas é passageira e tem havido interação entre elas e as igrejas brasileiras, como a cessão de espaço do templo para uso comum quando necessário.
Muitos outros batistas estrangeiros têm vindo para o Brasil, atuando em suas comunidades, tais como os eslavos (ucranianos, búlgaros, russos e outros), e os estonianos. Nascida no estrangeiro, com ingleses vivendo na Holanda, a igreja batista tem sabido, pelo menos no Brasil, receber de braços abertos e apoiar o trabalho de irmãos de outras línguas e nacionalidades em sua mudança para nossas terras. Silas Molochenko, João Klawa, Waldemiro Tymchak, André Peticov, Reinaldo Purim, Ricardo Inke e outros são nomes de obreiros que, ligados em sua origem a esses grupos estrangeiros, aqui atuaram, deixando sua marca no desenvolvimento da obra batista nacional.
O trabalho leto já estudado produziu muitos obreiros e acrescentou ao meio batista grande contribuição daqueles irmãos, sem mencionar a participação de muitos letos em diferentes setores, levantamento feito pelo Pastor Osvaldo Ronis já citado. Na música sacra, por exemplo, Arthur Lakschevitz, com o conjunto de sua obra e principalmente com os “Coros Sacros”, foi um exemplo de influência marcante entre nós.

“Ao trazer à luz este pequeno trabalho, rogamos a Deus que se digne enraizar nas memórias e nos corações de muitos as verdades divinas nele apresentadas. É nosso sincero desejo que Deus faça com que estes ‘Coros Sacros’ sejam um meio de bênçãos para as igrejas evangélicas do vasto Brasil ."

Ao encerrar o prefácio da edição dos “Coros Sacros” com as palavras acima, Arthur Lakschevitz parece resumir bem o espírito com que para cá vieram os estrangeiros e, em especial, aqueles que se integraram e atuaram no meio batista. Tendo as “verdades divinas” como objetivo a ser disseminado, os batistas estrangeiros que tem vivido no Brasil, de modo geral, tem trabalhado para que o evangelho faça raízes na memória e no coração do povo brasileiro, tanto ao ser anunciado como mensagem de salvação, quanto ao ser utilizado como elemento mantenedor e edificador desta fé em Cristo, aquele que “veio para o que era seu” e não foi recebido devidamente no meio do seu povo, mas que deu a todos os que vieram a crer nele o poder e o privilégio de serem chamados “filhos de Deus”. 
Dentro desta linha de diversidade de influências que existe no meio batista, no próximo fascículo abordaremos os diferentes grupos e convenções batistas que vieram atuar no Brasil ao longo do tempo. 

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ÍNDICE DOS FASCÍCULOS

Introdução 1)    16 séculos de Igreja Cristã 2)    Anglicanismo: a Igreja do Rei 3)    Puritanos, Separatistas, Batistas 4)    A “C...