“... um só
Senhor, uma só fé, um só batismo...” Efésios 4.5
Numa denominação baseada na existência das igrejas locais
autônomas, as quais, muitas vezes, ofereceram resistência aos movimentos
associativos, a idéia de uma organização mundial que representasse todos os
batistas realmente demorou muito a tomar corpo, surgindo os esforços mais
efetivos, que redundaram na organização da Aliança Batista Mundial, apenas no
século XX.
Conta a história que John Newon Prestridge, editor da
publicação norte-americana “The Baptist Argus”, foi, talvez, o primeiro
dirigente batista a propor publicamente a necessidade de reunir os batistas do
mundo numa organização, isto em 1904. No outro lado do Atlântico, John Howard
Shakespeare, redator do “The Baptist Times and Freeman” de Londres, apoiou a
proposta. Em outubro de 1904, a União Batista da Grã-Bretanha convidou o povo
batista do mundo para a realização de um congresso em 1905, ao qual estiveram
presentes cerca de 2.500 delegados das Ilhas Britânicas e 750 de
aproximadamente vinte e dois países do
mundo:Alemanha, Brasil,
Canadá, China, Congo, Cuba, Dinamarca, Estados
Unidos, França, Hungria, Índia, Itália, Jamaica, Japão, México, Noruega, Nova
Zelândia, Países Baixos, Porto Rico, Rússia, África do
Sul e Suécia. Durante o Congresso, foi aprovada a proposta para uma
aliança mundial de batistas, bem como uma proposta inicial de constituição.
Assim, a Aliança Batista Mundial foi fundada em 17 de julho de 1905.
De início, estabeleceu-se que a Assembleia Geral se
reuniria a cada cinco anos, tendo um Presidente como dirigente máximo; John
Clifford, de Londres, foi eleito como primeiro Presidente. A sede central da
Aliança Batista Mundial estabeleceu-se na Baptist Church House, de Londres,
mantendo-se naquele endereço até 1941, quando mudou para Washington, nos
Estados Unidos e finalmente, para a cidade de MacLean, Virginia,
ainda nos Estados Unidos. O órgão oficial da AMB é o “Mundo Batista” (Baptist
World) e as assembleias seguem-se celebrando a cada cinco anos. Londres, Filadélfia, Estocolmo, Toronto, Berlim,Atlanta, Copenhague, Cleveland e
novamente Londres foram os locais das reuniões quinquenais até 1955. Em 1960, o
Congresso se reuniu na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, com a presença de
Billy Graham pregando no Maracanã lotado na reunião final, conforme já foi
abordado.
A ABM se organiza em Departamentos, Comités e Comissões
para melhor desenvolvimento do trabalho. Cerca de 157.000 grupos diferentes de
batistas fazem parte da Aliança, espalhados em mais de 200 países, representando
mais de 37 milhões de membros de igrejas em todo o mundo. Para efeito de
regionalização, os grupos são divididos em seis unidades:
* Associação Batista de Toda a África
* Associação Batista Asiática* Associação Batista de Toda a África
* Associação Batista Caribenha
* Federação Batista Europeia
* Associação Batista Norte-americana
* União Batista Latino-Americana
A união dos batistas do mundo, o atendimento a pessoas em
necessidade, a defesa dos Direitos Humanos e a promoção de missões e
evangelismo são as metas que a ABM se propõe a atingir.
No século XXI, a presidência tem sido ocupada por Billy
Kim, da Coréia do Sul (2000-2005) e o pastor britânico David Coffey
(2005-2010). Destaque-se também a atuação do Secretário Geral, a figura dirigente
da AMB mais conhecida pelos meios de comunicação, devido a suas funções
executivas, com a atuação de Denton Lotz, de 1988 a 2007, e do pastor e
dirigente da União Batista de Jamaica Neville Callam, a partir daquele ano.
Sendo liberdade e autonomia bandeiras de lutas batistas
ao longo dos séculos, a participação nos órgãos representativos da Aliança é
voluntária, resultando, muitas vezes, no afastamento de grupos pelos motivos
mais variados. Assim sendo, em junho de 2004, a Convenção Batista do Sul dos EUA
(“Southern Baptist Convention”) deixou a ABM, por divergências em
decisões políticas.
Embora divididos em tantos grupos, associações e
convenções diferentes, algumas doutrinas unem os batistas em todo o mundo: a
Biblia como a regra suprema de fé e prática; o direito de todas as pessoas ao
livre acesso a Deus através de Jesus; a liberdade de consciência; a separação
entre igreja e estado; a congregação local formada só por crentes regenerados e
batizados; a independência da igreja local, tendo como única cabeça Cristo.
Os próximos fascículos abordarão a situação atual de cada
unidade de divisão batista pelo mundo.
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