“... fomos sepultados com ele na morte
por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos
mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.” (Romanos
6:3-4)
O batismo, ao longo da história do
cristianismo, tem passado por muitas visões e práticas diferentes, seja com
relação à sua forma, seja com referência ao seu significado.
A forma de batismo por imersão foi
usada no começo pela igreja primitiva, já que o sentido da palavra no grego
leva a essa compreensão, e foi mantida pela igreja católica romana, em algumas
regiões, pelo menos até o século XIII, apesar de tantas heresias introduzidas.
A igreja católica ortodoxa ainda o utiliza até os dias de hoje. As formas de
batismo por aspersão ou por ablução foram aos poucos sendo introduzidas em
algumas regiões, principalmente por causa da temperatura da água nas regiões de
clima mais frio, além do atendimento a pessoas que, por deficiência ou
debilidade física, não podiam ser batizadas por imersão. De formas de exceção,
elas passaram a regra geral com o correr do tempo. Quanto ao significado do
batismo, a heresia começou mais cedo, com a mudança de ato simbólico para
sacramento e, consequentemente, com a introdução do batismo infantil,
lentamente, já a partir dos primeiros séculos do cristianismo. Tal situação
continuou até a Reforma Protestante e mesmo depois, tendo sido o batismo infantil
e a aspersão mantidos por muitos grupos protestantes.
Partindo-se do separatismo da igreja
anglicana, sabe-se que, em 1610, Henry Jacob mencionou a imersão,
considerando-a o modo bíblico adequado do batismo, mas não restaurou sua
prática. Em 1614, Leonard Busher defendeu-a em Religion’s Peace, dizendo
que Cristo “havia mandado ser batizado na água, ou seja,
mergulhando para a morte na água”. Nos anos de 1630, Mark Luker, da igreja
de Eaton, também defendeu a imersão.
O batismo é realmente a marca inicial
batista, mas, como já se viu, a preocupação inicial de Smyth e seus seguidores
não foi quanto à forma da ordenança, mas quanto ao seu significado. Em uma
época na qual o pedobatismo era a prática cristã comum, a “congregação da
padaria” na Holanda passou a entender que, na igreja primitiva, a igreja local
era formada por pessoas convertidas e batizadas. A forma de batismo na época
foi, segundo se crê, a aspersão, mantida por Helwys inicialmente na Inglaterra
entre os batistas gerais.
A forma do batismo por imersão surgiu
com os batistas particulares. O Manuscrito de Kiffin (William Kiffin,
1616-1701), documento escrito por um dos primitivos batistas particulares,
afirma que, durante os anos de 1640, Robert Blount, um membro de fala holandesa
da congregação de Jessey, de Londres, foi enviado à Holanda para se
informar sobre a maneira apropriada de batismo, tendo entrado em contato com os
Rhynsburgers, ou Collegiants, uma seita liberal de origem menonita baseada nos
arredores de Rinjsberg; eles praticavam o “batismo do crente por imersão”.
Segundo o documento, em janeiro de 1642, Blount foi devidamente
batizado e, retornando à Inglaterra, batizou outro, chamado Samuel
Blacklock. Esses dois batistas, então, batizaram os outros 53 membros da congregação. Nem
todos os integrantes da igreja de Jessey concordaram com a necessidade do
rebatismo por imersão. Alguns questionaram a consulta aos anabatistas e outros
expressaram dúvidas sobre sucessionismo, teoria que defende a origem dos
batistas nos dias que antecedem o período apostólico, conhecida também como JJJ
(Jerusalém, Jordão João), assunto que ainda será estudado. Embora a
autenticidade do Manuscrito de Kiffin seja contestada por alguns historiadores,
ele se constitui num dos únicos documentos existentes sobre aquele evento da
história batista.
No início, muitas pessoas costumavam assistir aos cultos batistas movidas pela curiosidade, para testemunharem a um batismo por imersão, alguns até ridicularizando o ato. O apelido “batista” foi então dado para descrever as pessoas que praticavam essa “estranha” forma de batismo, nome que acabou prevalecendo. A Primeira Confissão Londrina dos Batistas Particulares, de 1644, diz a respeito do batismo o seguinte: “O modo e maneira de dispensação desta ordenança é, segundo as Escrituras, mergulhando ou imergindo todo o corpo na água”.
No início, muitas pessoas costumavam assistir aos cultos batistas movidas pela curiosidade, para testemunharem a um batismo por imersão, alguns até ridicularizando o ato. O apelido “batista” foi então dado para descrever as pessoas que praticavam essa “estranha” forma de batismo, nome que acabou prevalecendo. A Primeira Confissão Londrina dos Batistas Particulares, de 1644, diz a respeito do batismo o seguinte: “O modo e maneira de dispensação desta ordenança é, segundo as Escrituras, mergulhando ou imergindo todo o corpo na água”.
A primeira referência conhecida quanto
ao nome das igrejas como “Batistas” na Inglaterra data de 1644, denominação
inicialmente rejeitada por eles, que usavam outros nomes, como “Irmãos”, ou
“Irmãos do Caminho Batizado”, sendo as congregações chamadas de “Igrejas
Batizadas”. Oponentes iniciais dos batistas frequentemente os chamavam de
anabatistas ou outros nomes menos apropriados, o que era também por eles
rejeitado. Na confissão de fé de Londres de 1644, por exemplo, o grupo de
igrejas que a assinam se identifica como “os cristãos comumente (embora
falsamente) chamados Anabatistas”. O nome “batistas”, assim como acontecera
anteriormente com o nome “puritanos”, dado por pessoas exteriores ao movimento
com propósitos pejorativos, acabou prevalecendo.
Historicamente falando, o modo batista
de ser igreja não nasceu pronto, acabado, mas suas doutrinas e práticas foram
sendo incorporadas como conquistas ao longo do tempo, muitas vezes de forma
difícil, no enfrentamento de oposições e perseguições. É preciso conhecer nossa
história, para valorizarmos nossas conquistas e lutarmos pela preservação da fé
cristã como vivida pelos batistas.
A música era outra prática que não
fazia parte do culto batista no início, mas houve um pioneiro e um momento em
que o louvor musical foi introduzido no culto; é o assunto do próximo
fascículo.
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