“Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.” (1
Coríntios 3.6 )
A 1ª
Igreja Batista da Colônia de Massachusetts e 4ª da história americana foi
organizada em 1663, em Swansea, por pessoas que buscavam liberdade religiosa.
Sua história começa com a vinda de John Myles do País de Gales para o Novo
Mundo. Vamos conhecer um pouco de sua saga.
Nascido
em 1621, John Myles foi criado segundo os princípios puritanos das ilhas
britânicas, tendo absorvido ideais de liberdade religiosa e orientação
espiritual de sua nação segundo os princípios bíblicos. Como dados de sua vida
são incertos, talvez tenha sido direcionado pelos pais a estudos visando ao
ministério anglicano, o qual assumiu em 1645. Viveu em época de conflitos e
perseguições religiosas, mostrando-se inconformado com a tirania exercida pela
igreja oficial no País de Gales. Desde os tempos de Henrique VIII, a única
coisa que os Puritanos haviam conseguido nas ilhas britânicas era uma reforma
pouco profunda na igreja estatal, e isso permaneceu até os dias de Charles II.
Outras legislações não mudaram muito a situação no que toca à liberdade de
culto, mesmo quando o governo se tornou mais democrático. Embora obscuro nos
documentos históricos, o fato é que, no início de abril de 1649, John Myles
tornou-se batista. Num velho livro da igreja de uma localidade chamada Ilston
(que Myles levou consigo para a América no princípio de 1660) está a história
da formação daquela igreja, podendo ser lido na primeira página os “nomes
dos irmãos e irmãs que foram adicionados a esta igreja do primeiro dia do
segundo mês de 1649 ao 16º do mesmo mês de 1650”, sendo o primeiro nome o
de John Myles. Ilston fica próximo a Swansea.
A
igreja batista naquela localidade foi estabelecida mediante orientações
recebidas da Igreja Glass House de Londres, a qual tinha na liderança John
Spilsbury, além de William Kiffin (filho de Benjamin Kiffin, o introdutor da
música no meio batista), sendo aquela uma congregação da primeira igreja
batista particular da Inglaterra. Houve muitas conversões como fruto do
trabalho, sendo que, até outubro de 1650, a igreja possuía 48 membros. As
pessoas não residiam somente em Ilston, mas estavam espalhadas pela região em
muitas pequenas cidades e vilas. Sob o pastorado de Myles, a igreja cresceu em
onze anos para cerca de 250 membros, reunindo-se em diferentes lugares, tendo
Ilston como sede. De 1651 até a partida para a América em 1660, John Myles foi
o pastor da igreja.
Em
1662, com a mudança da política com relação aos ministros religiosos, Myles foi
sentindo que a melhor saída seria o Novo Mundo, tendo viajado para a América na
companhia de outros membros de sua congregação em 1666, indo para a colônia
de Massachusetts, em Plymouth, na região de Rehoboth. Ali não
encontrou a liberdade de culto ansiada e, enfrentando julgamento, multas e
perseguição das igrejas pedobatistas da colônia, em 1667, mudou-se para terras
afastadas que lhe foram doadas, num lugar chamado New Meadow Creek, na
fronteira da colônia de Rhode Island. Com Myles mudou-se para lá a congregação
e, em lembrança à terra natal galesa, deu ao lugar o nome de Swansea, o qual
logo se tornou uma importante cidade de batistas, que ficou famosa pela sua
hospitalidade. Myles dirigiu a congregação por cerca de 40 anos, tendo vivido
durante um período de Guerra contra os índios, no qual a sala de reuniões da
igreja e sua própria residência foram queimadas. Sua congregação,
principalmente sob sua liderança, trabalhou em conjunto com os congregacionais,
praticando tanto o batismo adulto como o infantil e oferecendo uma “comunhão
aberta”. A congregação atuou naquele período como igreja oficial, recebendo
taxas do governo da cidade.
John
Myles dirigiu a congregação até sua morte em 1683, tendo falecido com 62 de
idade, tendo sido ministro tanto no País de Gales quanto na América, e sendo
sucedido na liderança da igreja por Samuel Luther.
Samuel
Luther (1683-1716), o segundo pastor, levou a igreja a rever suas
convicções batistas e retornou à prática do batismo dos crentes apenas. O
terceiro pastor foi Ephraim Wheaton (1717-1734). Dentro dos primeiros cem anos,
a congregação continuou a orientação inicial de Myles, ao enviar pessoas para
fundarem outras congregações batistas em Bellingham (Massachusetts), Oswego
(New York) e Warren (Rhode Island), local onde foi organizada a Universidade
Brown. Outras organizações e congregações também receberam influência dos
batistas de Swansea em seu estabelecimento.
Recentemente,
em 2004, a congregação começou a contribuir para a implantação de novas igrejas
em Honduras. Durante seu tempo de existência, desde o início em meados do
século XVII até o século XXI, a 3ª Igreja Batista em solo Americano já foi
liderada por cerca de 46 pastores. A igreja continua sua atividade,“lutando
para tornar nossa venerável fé batista relevante e apropriada para as famílias
hoje”, conforme diz o endereço virtual. Os irmãos procuram
manter seu ideal inicial, enunciando-o da seguinte forma: “Peregrinos
em sua jornada de busca são encorajados a experimentar tanto a intimidade
quanto a abertura de nossa congregação”.
E
após as primeiras igrejas implantadas, como foi a expansão e ampliação do
trabalho batista pelas colônias iniciais norte-americanas? Este será o assunto
do próximo fascículo.
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