“Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união
que o Espírito dá. Há um só corpo, e um só Espírito, e uma só esperança, para a
qual Deus chamou vocês. Há um só Senhor, uma só fé e um só batismo. E há
somente um Deus e Pai de todos, que é o Senhor de todos, que age por meio de
todos e está em todos”. Romanos 4.3-6.
Em 1884, dois
anos após o início das atividades, grande era o progresso do trabalho batista
na Bahia. Zachary Taylor já pregava com facilidade em português. Albuquerque
continuava a ser um valioso colaborador e a igreja havia chegado aos 25
membros. Assim, os dois missionários acharam conveniente uma separação, a fim
de atender a outro grande centro. Belém do Pará e o Rio de Janeiro foram objeto
de consideração e, finalmente, o Rio foi escolhido. Taylor preferiu continuar
na Bahia e assim Bagby desceu para o Rio de Janeiro, aonde chegou em 24 de
julho de 1884. Ali, no dia 24 de agosto do mesmo ano, foi organizada a segunda
Igreja Batista Brasileira, a 1ª do Rio. A 1ª de Maceió foi organizada em
17/05/1885, por liderança de Antônio Teixeira de Albuquerque; e a 1ª do Recife
em 04/04/1886, num trabalho conjunto do missionário Charles D. Daniel,
recém-chegado de Richmond, e Wandragésilo Melo Lins, um obreiro nacional.
Outras frentes foram criadas em seguida: 1ª de Campos, , em 1891, por Bagby,
que também criou a 1ª de Niterói em 1892, ambas no Estado do Rio de Janeiro. A
1ª igreja de Belo Horizonte foi organizada em 1897 por Bagby e Taylor. A 1ª de
São Paulo surgiu em 1899, por iniciativa de J. J. Taylor e J. L. Downing, com o
auxílio das jovens Stenger e Wilcox, missionárias norte-americanas que vinham
de trabalhos realizados em Minas Gerais.
Aproximando-se
o final do século XIX, com a Proclamação da República, a situação começou a
mudar e novas perspectivas se abriram para o evangelho no Brasil. As
perseguições, no entanto, prosseguiam, agora, porém, sem o respaldo oficial. Os
batistas já contavam com oito igrejas organizadas, dois pastores brasileiros e
312 membros nas igrejas. Novas unidades foram sendo fundadas em capitais brasileiras
receptivas ao evangelho. O trabalho crescia e os batistas se espalhavam pelo
território brasileiro. No extremo norte do país, com o trabalho de Eurico
Nelson, foi fundada a Primeira Igreja de Belém do Pará, em 1897 e a Primeira
Igreja Batista de Manaus em 1900.
Houve consagração de pastores brasileiros a partir da Bahia desde o final do
século XIX. Com igrejas sendo implantadas e jornais começando a circular
no campo das igrejas brasileiras, os batistas começaram a abrir outras frentes
de trabalho e o campo da educação começou a ser buscado, com a fundação de
escolas de pequeno porte em Campos, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. O
primeiro colégio batista foi o da Bahia, com o nome inicial de Colégio
Americano Egidio, graças ao apoio decisivo do capitão Egídio Pereira de
Almeida, posteriormente denominado “Egídio-Taylor”, contando com o apoio de
Laura B. Taylor. Criado em 1898 em Salvador, foi posteriormente transferido
para Jaguaquara, interior do estado, em 1922.
Em 20 de junho de 1892, realizou-se em Niterói, na residência do casal Bagby, o
primeiro encontro de missionários batistas acontecido no Brasil, com o
comparecimento dos casais Bagby, Taylor, Downing, Soper, Entzminger e Ginsburg,
além de Emma Morton. Sobre essa reunião, assim disse Reis Pereira:
“Fizeram
um planejamento geral do trabalho missionário e uma distribuição dos novos
missionários chegados: os Taylor ficaram no Rio, os Downing foram para Minas,
os Entzminger para Pernambuco e os Ginsburg deveriam transferir-se da Bahia
para Niteroi. Tratou-se também da abertura do trabalho no Estado do Espírito
Santo.”
Novas igrejas
foram fundadas até o final do século XIX, em várias cidades, além das capitais,
nos estados da Bahia, Alagoas, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro (estado
onde os batistas muito se desenvolveram em um trabalho abrangente, fato mantido
até hoje). Resumindo o panorama batista até o final do século XIX, dez capitais
brasileiras haviam sido atingidas (Salvador, Rio de Janeiro, Maceió, Recife,
Niteroi, Belém, Natal, Belo Horizonte, São Paulo e Manaus), além de mais 25
igrejas em cidades do interior, levando o total de membros das igrejas batistas
a cerca de 1.500.
Foram
estes os eventos dos primórdios batistas, acontecimentos do século XIX que
marcaram o início das atividades da denominação entre nós. A partir do próximo
segmento, serão abordados os eventos a partir do século XX.

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