26 e 27 - BATISTAS NO BRASIL

26 e 27 - BATISTAS NO BRASIL
As duas vias

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

40 - CONGRESSOS E CAMPANHAS BATISTAS

“E alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão.” Atos 15:36
           
Paulo e seus companheiros, em sua época, empreenderam viagens missionárias para a disseminação da mensagem do evangelho. Nos nossos tempos, as igrejas promovem congressos, campanhas e outros eventos com a mesma finalidade.
Congressos são assembleias de delegados para discutirem assuntos de importância, por meio de conferências, convenções e outras atividades. Muitos têm sido os congressos batistas ao longo da história; vamos procurar conhecer os mais importantes promovidos pela Convenção Batista Brasileira.
O primeiro evento digno de destaque aconteceu em 1930, no Rio de Janeiro, o Congresso Batista Latino-Americano. Na mesma cidade, em 1954, houve a IV Conferência Mundial da Mocidade BatistaA comissão organizadora foi dirigida por Werner Kaschel, cabendo a presidência do Congresso a Robert Denny, presidente do Departamento da Mocidade da Aliança Batista Mundial na ocasião. Jackie Robinson pregou em duas concentrações evangelísticas, uma no estádio do Fluminense e outra na Quinta da Boa Vista, sendo que, para a  Conferência, inscreveram-se 1.428 pessoas, que representavam 30 países.
            Em 1960, reuniu-se no Rio de Janeiro a 10ª Convenção da ABM, considerada na época como o maior congresso da Aliança fora da América do Norte. Foi organizada uma Comissão Coordenadora do evento, contando com o missionário Edgard F. Hallock como seu presidente e o Pastor André Peticov como Secretário Executivo. Os preparativos foram iniciados anos antes, tendo sido  reservados o Estádio do Maracanã e o Ginásio do Maracanãzinho para as reuniões maiores, contando com a participação de Billy Graham pregando no estádio do Maracanã.
Durante o período de 26 de junho a 3 de julho dc 1960, foi intensa a movimentação dos batistas em geral, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Chamavam a atenção de jornais e revistas as roupas coloridas e diferentes dos representantes dos países participantes, principalmente aqueles que haviam vindo da África e da Ásia. Houve 12.688 inscrições de convencionais e, na reunião de encerramento, pregou o Pastor  Billy Graham, interpretado pelo Pastor Soren, que falou para um  Maracanã totalmente lotado, com  a presença estimada de mais de 200 mil pessoas, a maior plateia naquele estádio até aquela ocasião, segundo informações do Livro de Ouro da CBB. Como resultado de toda aquela organização, o Pastor João Filson Soren foi eleito presidente da Aliança Batista Mundial, o primeiro latino a chegar ao cargo. Além disso, foi organizada uma Igreja Batista em Copacabana, por iniciativa do pastor José dos Reis Pereira, região onde residiam muitos dos decididos na Campanha e que não contava com uma igreja batista até então.
Campanhas são conjuntos de ações e de esforços para se atingir um fim determinado, segundo definição do Aurélio. Durante sua existência, os batistas organizaram ações e concentraram seus esforços em muitas ocasiões para motivar o povo batista para a evangelização daqueles que ainda não haviam sido alcançados pela mensagem do evangelho. Focalizaremos as principais campanhas empreendidas no Brasil com este objetivo pela CBB.
Até o final da primeira metade do século XX, as campanhas promovidas no meio batista no Brasil limitavam-se às chamadas “séries de conferências”, ocasiões em que igrejas locais convidavam pregadores para, durante um determinado periodo, pregarem sermões evangelísticos. O missionário Joseph Underwood promoveu no Recife, em setembro de 1949, um evento inédito no país. Na ocasião, 37 igrejas da cidade se juntaram para promover um esforço conjunto de evangelismo, contribuindo todas para as despesas da campanha. Cerca de oito  mil batistas, com muita propaganda pela imprensa, rádio, cartazes e panfletos, divulgaram doze concentrações realizadas num só domingo, seguidas de uma reunião diária no centro da cidade durante a semana. Raphael Gióia Martins foi o pregador nas gandes concentrações e mais de 500 decisões foram feitas por Cristo em uma só semana.
O lema da campanha pernambucana, CRISTO, A ÚNICA ESPERANÇA, bem como toda a organização e resultado, motivaram um evento em escala maior. Coube ao  Pastor Henrique Peacok preparar uma Campanha de Evangelização que nunca se vira em São Paulo, em 1962, a qual abrangeu as cidades de São Paulo, Santos, Campinas, Mogi das Cruzes e o ABC Paulista. Aderiram ao movimento 128 igrejas e 13 congregações, despertando as igrejas de São Paulo de 12 a 18 de agosto daquele ano.
O resultado do movimento inspirou o Pastor Rubens Lopes que, no dizer de Reis Pereira, “pensou grande e sonhou com movimento similar em todo o Brasil”. O Pastor Rubens Lopes, na época presidente da Convenção Batista Brasileira, desafiou os batistas para uma campanha nacional, a qual foi preparada  e divulgada com o uso de muitos recursos em todo o país. Milhões de folhetos foram colocados à disposição das igrejas e circularam pelos estados. Rubens Lopes viajou pelo país inteiro, tendo tido contato com o Presidente da República, Ministros de Estados, Parlamentares Federais e Estaduais, Governadores, Prefeitos, com o Supremo Tribunal Federal, com Tribunais de Justiça e mesmo nos quartéis. “A todos preparava uma breve mensagem e entregava um exemplar do Novo Testamento”, informa o historiador. Milhares de decisões por Cristo aconteceram como resultado dos esforços dessa campanha acontecida em 1965.
Com um bom resultado levando a outro, tal como ocorrera até então, o Pastor Rubens Lopes, nos Estados Unidos, motivou os presentes ao  Congresso da Aliança Batista Mundial, reunido em Miami, a um movimento semelhante em toda a América, a “Grande Campanha de Evangelização das Américas”, realizada em 1969. Repetindo os acontecimentos da Campanha no Brasil, agora em escala maior, o Pastor Lopes conseguiu falar com quase todos os governantes americanos. Após os preparativos e realizado o evento, os resultados foram muito animadores em todos os países da América, com exceção dos Estados Unidos, onde campanhas mais ou menos abrangentes já eram praticadas há muito tempo e não se constituíram em novidade.
Diz mais Reis Pereira: “Em 1970, por influ­ência dos batistas brasileiros, foi lançada pela Aliança Batista Mundial uma Campanha Mundial de Evangelização, sob o nome de Missão de Reconciliação por Meio de Cristo.”
Motivado para a realização de campanhas cada vez mais abrangentes, o Pastor Rubens Lopes tentou levar a ideia de um evento similar, que abrangesse o mundo todo, para a Aliança Batista Mundial, mas infelizmente ali não teve a recepção que esperava, apesar de seus esforços falando em diferentes ocasiões sobre o assunto. Grande foi a frustração experimentada pelo grande líder batista por causa disso.
A atuação do Espírito Santo de Deus na vida da Igreja e do seu povo tem sido assunto polêmico durante os últimos cem anos, tendo a polêmica atingido o Brasil na década de 1960, assunto a ser abordado no próximo fascículo.

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ÍNDICE DOS FASCÍCULOS

Introdução 1)    16 séculos de Igreja Cristã 2)    Anglicanismo: a Igreja do Rei 3)    Puritanos, Separatistas, Batistas 4)    A “C...