“E alguns
dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas
as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como
estão.” Atos
15:36
Paulo e seus
companheiros, em sua época, empreenderam viagens missionárias para a
disseminação da mensagem do evangelho. Nos nossos tempos, as igrejas promovem
congressos, campanhas e outros eventos com a mesma finalidade.
Congressos são assembleias de
delegados para discutirem assuntos de importância, por meio de conferências,
convenções e outras atividades. Muitos têm sido os congressos batistas ao longo
da história; vamos procurar conhecer os mais importantes promovidos pela
Convenção Batista Brasileira.
O primeiro
evento digno de destaque aconteceu em 1930, no Rio de Janeiro, o Congresso
Batista Latino-Americano. Na mesma cidade, em 1954, houve a IV
Conferência Mundial da Mocidade Batista. A
comissão organizadora foi dirigida por Werner Kaschel, cabendo a presidência do
Congresso a Robert Denny, presidente do Departamento da Mocidade da Aliança
Batista Mundial na ocasião. Jackie Robinson pregou em duas concentrações
evangelísticas, uma no estádio do Fluminense e outra na Quinta da Boa Vista,
sendo que, para a Conferência, inscreveram-se 1.428 pessoas, que
representavam 30 países.
Em 1960, reuniu-se no Rio de
Janeiro a 10ª Convenção da ABM, considerada na época como o maior
congresso da Aliança fora da América do Norte. Foi
organizada uma Comissão Coordenadora do evento, contando com o missionário
Edgard F. Hallock como seu presidente e o Pastor André Peticov como Secretário
Executivo. Os preparativos foram iniciados anos antes, tendo sido
reservados o Estádio do Maracanã e o Ginásio do Maracanãzinho para as reuniões
maiores, contando com a participação de Billy Graham pregando no estádio do Maracanã.
Durante o período de 26 de junho a 3 de julho dc 1960,
foi intensa a movimentação dos batistas em geral, principalmente na cidade do
Rio de Janeiro. Chamavam a atenção de jornais e revistas as roupas coloridas e
diferentes dos representantes dos países participantes, principalmente aqueles
que haviam vindo da África e da Ásia. Houve 12.688 inscrições de convencionais e, na reunião de encerramento, pregou o Pastor Billy Graham,
interpretado pelo Pastor Soren, que falou para um Maracanã totalmente
lotado, com a presença estimada de mais de 200 mil pessoas, a maior
plateia naquele estádio até aquela ocasião, segundo informações do Livro de
Ouro da CBB. Como resultado de toda aquela organização, o Pastor João Filson
Soren foi eleito presidente da Aliança Batista Mundial, o primeiro latino a
chegar ao cargo. Além disso, foi organizada uma Igreja Batista em Copacabana,
por iniciativa do pastor José dos Reis Pereira, região onde residiam muitos dos
decididos na Campanha e que não contava com uma igreja batista até então.
Campanhas são conjuntos de ações
e de esforços para se atingir um fim determinado, segundo definição do Aurélio.
Durante sua existência, os batistas organizaram ações e concentraram seus
esforços em muitas ocasiões para motivar o povo batista para a evangelização
daqueles que ainda não haviam sido alcançados pela mensagem do evangelho.
Focalizaremos as principais campanhas empreendidas no Brasil com este objetivo
pela CBB.
Até o final da primeira metade do século XX, as campanhas
promovidas no meio batista no Brasil limitavam-se às chamadas “séries de
conferências”, ocasiões em que igrejas locais convidavam pregadores para,
durante um determinado periodo, pregarem sermões evangelísticos. O missionário
Joseph Underwood promoveu no Recife, em setembro de 1949, um evento inédito no
país. Na ocasião, 37 igrejas da cidade se juntaram para promover um esforço
conjunto de evangelismo, contribuindo todas para as despesas da campanha. Cerca
de oito mil batistas, com muita propaganda pela imprensa, rádio, cartazes
e panfletos, divulgaram doze concentrações realizadas num só domingo, seguidas
de uma reunião diária no centro da cidade durante a semana. Raphael Gióia
Martins foi o pregador nas gandes concentrações e mais de 500 decisões foram
feitas por Cristo em uma só semana.
O lema da campanha pernambucana, CRISTO, A ÚNICA
ESPERANÇA, bem como toda a organização e resultado, motivaram um evento em
escala maior. Coube ao Pastor Henrique Peacok preparar uma Campanha de
Evangelização que nunca se vira em São Paulo, em 1962, a qual abrangeu as
cidades de São Paulo, Santos, Campinas, Mogi das Cruzes e o ABC Paulista.
Aderiram ao movimento 128 igrejas e 13 congregações, despertando as igrejas de
São Paulo de 12 a 18 de agosto daquele ano.
O resultado do movimento inspirou o Pastor Rubens Lopes
que, no dizer de Reis Pereira, “pensou grande e sonhou com movimento
similar em todo o Brasil”. O Pastor Rubens Lopes, na época presidente da
Convenção Batista Brasileira, desafiou os batistas para uma campanha nacional,
a qual foi preparada e divulgada com o uso de muitos recursos em todo o
país. Milhões de folhetos foram colocados à disposição das igrejas e circularam
pelos estados. Rubens Lopes viajou pelo país inteiro, tendo tido contato com o
Presidente da República, Ministros de Estados, Parlamentares Federais e
Estaduais, Governadores, Prefeitos, com o Supremo Tribunal Federal, com
Tribunais de Justiça e mesmo nos quartéis. “A todos preparava uma breve
mensagem e entregava um exemplar do Novo Testamento”, informa o historiador.
Milhares de decisões por Cristo aconteceram como resultado dos esforços dessa
campanha acontecida em 1965.
Com um bom resultado levando a outro, tal como ocorrera
até então, o Pastor Rubens Lopes, nos Estados Unidos, motivou os presentes
ao Congresso da Aliança Batista Mundial, reunido em Miami, a um movimento
semelhante em toda a América, a “Grande Campanha de Evangelização das
Américas”, realizada em 1969. Repetindo os acontecimentos da Campanha no
Brasil, agora em escala maior, o Pastor Lopes conseguiu falar com quase todos
os governantes americanos. Após os preparativos e realizado o evento, os
resultados foram muito animadores em todos os países da América, com exceção
dos Estados Unidos, onde campanhas mais ou menos abrangentes já eram praticadas
há muito tempo e não se constituíram em novidade.
Diz mais Reis Pereira: “Em 1970, por influência
dos batistas brasileiros, foi lançada pela Aliança Batista Mundial uma Campanha
Mundial de Evangelização, sob o nome de Missão de Reconciliação por Meio de
Cristo.”
Motivado para a
realização de campanhas cada vez mais abrangentes, o Pastor Rubens Lopes tentou
levar a ideia de um evento similar, que abrangesse o mundo todo, para a Aliança
Batista Mundial, mas infelizmente ali não teve a recepção que esperava, apesar
de seus esforços falando em diferentes ocasiões sobre o assunto. Grande foi a
frustração experimentada pelo grande
líder batista por causa disso.
A atuação do
Espírito Santo de Deus na vida da Igreja e do seu povo tem sido assunto
polêmico durante os últimos cem anos, tendo a polêmica atingido o Brasil na
década de 1960, assunto a ser abordado no próximo fascículo.
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