26 e 27 - BATISTAS NO BRASIL

26 e 27 - BATISTAS NO BRASIL
As duas vias

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

23 - CONVENÇÕES BATISTAS E AS DIFERENÇAS REGIONAIS

“... reconhecendo a graça que me fora concedida, Tiago, Pedro e João, tidos como colunas, estenderam a mão direita a mim e a Barnabé em sinal de comunhão. Eles concordaram em que devíamos nos dirigir aos gentios, e eles, aos circuncisos.” Gálatas 2:9

Como havia ocorrido na Inglaterra, apesar da independência democrática de cada congregação local, os batistas optaram por organizações gerais para melhor ordenação dos trabalhos e somatória de cooperação. Assim sendo, associações e convenções começaram a surgir nos Estados Unidos. Em 1707, os batistas organizaram sua primeira associação na América, nas redondezas da Filadélfia, na Pensilvânia; uma segunda associação surgiu em Charleston, na Carolina do Sul, em 1751. A partir daí, o número de organizações aumentou rapidamente.
O interesse por missões e a organização de associações que dessem suporte ao trabalho no exterior começou entre os batistas na Inglaterra, em 1792, quando William Carey, na Inglaterra, liderou a formação da Sociedade Missionária Batista. Essa estratégia de trabalho unia os esforços batistas entre diferentes igrejas, não onerando a congregação local e descentralizando o trabalho da associação batista da região. O próprio Carey foi o primeiro missionário batista enviado à Índia. Nos Estados Unidos, batistas de Massachusetts adotaram o plano em 1802. Com o tempo, muitas das associações locais haviam transformado seus programas missionários, criando sociedades missionárias independentes.  
Em 1812, quando Adoniram e Ann Judson, além de Luther Rice, viajaram para a Índia como missionários, não havia nenhuma organização batista que desse suporte ao trabalho de missões estrangeiras no país. Formaram-se então sociedades locais, tanto no norte quanto no sul, para começar a solucionar o problema. Com a volta de Luther Rice e o seu empenho pela organização missionária, o trabalho foi então estruturado.
Focalizando a história batista e caminhando-se para as origens do trabalho no Brasil, interessa-nos a formação da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, pois foi ela a organização responsável pelo início do trabalho denominacional em nosso país. Em termos históricos, quando os batistas formaram a primeira sociedade nacional em 1814, já havia a consciência entre a liderança quanto às inúmeras diferenças sociais, culturais, econômicas e políticas entre os negociantes do norte, os fazendeiros do oeste e os agricultores do sul. Talvez a mais crítica das diferenças fosse a visão a respeito do problema da escravidão.
Iniciado o tráfico de escravos pelos ingleses no período colonial, a independência aumentou as características separatistas das diferentes regiões do novo país, fazendo com que o sul dependesse cada vez mais da mão-de-obra gratuita do escravo para a lavoura, enquanto o norte ansiasse pela libertação dos negros, os quais, livres, aumentariam a massa consumidora de seus produtos. Quando o conflito abolicionista virou guerra em 1861, ele envolveu igualmente o negociante da Nova Inglaterra e o agricultor do sul.   
As tensões anteriores à Guerra afetaram a vida das igrejas evangélicas, incluindo os batistas, que recentemente haviam-se organizado em sociedades nacionais para desenvolvimento do trabalho. As reuniões das sociedades realizadas entre 1814 e 1845 já revelavam algumas diferenças básicas entre o modo de pensar das lideranças batistas do norte e do sul. Os líderes do sul desejavam uma unidade denominacional mais forte do que a então existente, mas não tinham condições de atingirem seus objetivos, dadas as diferenças separatistas das regiões. Sentindo que as necessidades do sul não estavam, muitas vezes, sendo atendidas pela visão que vinha do norte, ações foram empreendidas, as quais acabaram por definir a criação de uma nova convenção. Os anos da década de 1840 foram decisivos, época de sérios debates entre nortistas e sulistas, os quais prepararam o ambiente para a divisão. A indicação de batistas donos de escravos como missionários por parte das igrejas da Geórgia e do Alabama teve resultado negativo entre os batistas do norte em 1844, fato que acabou por provocar a reunião de cerca de 293 líderes batistas do sul, representando mais de 365.000  batistas, na cidade de Augusta, na Georgia. Ali, em 10 de maio de 1845, foi organizada a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, tendo sido sua constituição ratificada em Richmond, Virginia, no ano seguinte. 
A escravidão, que já havia separado os metodistas e que também atingiria os presbiterianos, também havia marcado a vida batista norte-americana com divisão entre os irmãos. A partir da organização, a Convenção tem reunido o trabalho de muitas igrejas no Sul dos Estados Unidos (CBS), constituindo-se na maior convenção batista do país e uma das maiores em todo o mundo, levando-se em conta as denominações evangélicas em geral. Nos vinte anos seguintes, de 1845 (ano da organização da CBS) a 1865 (ano do final da Guerra da Secessão), a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos passaria por um período de organização interna e de preparação, antes de investir no campo missionário do Brasil.
Coube a Luther Rice, companheiro de viagem do casal Judson, um papel muito importante na organização do trabalho missionário que se localizaria em Richmond, na Virgínia, local que acabou por sediar a junta para missões mundiais da CBS. Judson, Rice e os primórdios do trabalho no Brasil começarão a ser discutidos no próximo segmento. 

Um comentário:

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ÍNDICE DOS FASCÍCULOS

Introdução 1)    16 séculos de Igreja Cristã 2)    Anglicanismo: a Igreja do Rei 3)    Puritanos, Separatistas, Batistas 4)    A “C...